A lesão do Ligamento Cruzado Anterior (LCA) é uma das mais frequentes – e temidas – em esportes de alto rendimento e contato físico, como o futebol, por exemplo. Há duas ou três décadas, quando um jogador lesionava o LCA era comum acreditar que a carreira dele acabou, hoje, porém, a situação é bem diferente. Com a evolução das técnicas cirúrgicas as chances de retorno ao esporte, após uma cirurgia de LCA, são bem maiores.
Nos anos 90, com uma medicina muito pautada nos conhecimentos dos profissionais e na subjetividade, era normal que os fisioterapeutas recomendassem a alta do paciente quando eles se sentiam apto para isso. Hoje, porém, com a saúde 4.0 mais tecnologias estão disponíveis e o fisioterapeuta pode pautar sua decisão de alta em dados e liberar o paciente no momento correto.
Isso, ao mesmo tempo que demanda mais tempo de recuperação do atleta pós-LCA, também garante que as chances de recidivas sejam menores. No artigo de hoje, iremos mostrar qual o momento certo para a alta do paciente.
Se há 30 anos alguns protocolos de reabilitação eram acelerados, com casos de atletas retornando ao esporte com três ou seis meses após a cirurgia, hoje em dia a pegada é outra.
Um estudo publicado no The British Journal of Sports Medicine, realizado por pesquisadores noruegueses e norte-americanos, demonstrou três fatos importantes:
Muitos cirurgiões têm retardado o retorno ao esporte para sete, nove ou até doze meses de pós-operatório de LCA. Pois, de modo empírico se percebe que, quanto mais tempo de recuperação, menores são as chances de uma novo lesão após o retorno.
Contudo, cada caso é um caso. Afinal não existe evidência de que um atleta que retorna ao esporte sete meses após a cirurgia, terá um risco maior do que se aguardar nove meses, por exemplo.
Então, cada atleta reagirá de uma forma ao tratamento e cabe ao fisioterapeuta ter as informações certas de cada paciente para que possa tratá-los de maneira individual e personalizada. Garantindo assim que o retorno ao esporte após a cirurgia de LCA seja o mais tranquilo possível.
Assim como não existe evidências de qual o momento certo para o retorno do atleta ao esporte após a reconstrução do LCA, também não existe um critério claro e objetivo que garanta o retorno seguro ao esporte.
O que você fisioterapeuta vai encontrar são alguns critérios clínicos que podem indicar maior ou menor segurança. Uma vez que cada atleta vai ter um caso diferente do outro, esses critérios clínicos devem ser levados em consideração individualmente e não por grupos.
O Dr. João Hollanda, médico ortopedista especialista em cirurgia de joelho e traumatologista esportiva, cita que há 4 critérios clínicos que podem auxiliar para embasar o fisioterapeuta na decisão de dar alta ao paciente. São eles:
Seguindo uma linha parecida, o Dr. Adriano Leonardi, que também é médico ortopedista especialista em joelho, dividiu o retorno em 4 fases.
Em artigo no seu site, o Dr. Adriano detalha as 4 fases que ele passa aos pacientes como um manual a ser seguido.
Fase 1 – Regenerativa: é a fase inicial da reabilitação, onde a cicatrização e controle da dor, através de ferramentas como o laser e o ultrassom, são aplicados. Neste período também é iniciado a ativação muscular, mantendo a movimentação do arco de movimento das articulações e controle de edema.
Fase 2 – Preventiva: nesta fase, fatores que predispuseram o atleta à lesão são avaliados e corrigidos. Testes de força com dinamômetros, treinamento de força, equilíbrio muscular e testes funcionais biomecânicos são realizados. O fortalecimento muscular é intensificado e, se possível, acompanhado por um especialista para evitar sobrecargas, por exemplo.
Fase 3 – Retorno inicial ao esporte: nesta fase haverá grande ansiedade em ganho rápido de performance, contudo as alterações estruturais e metabólicas devem ser trabalhadas lentamente para que não haja sobrecarga. Portanto, muita calma nessa hora.
Fase 4 – Ganho de performance: aumento de volume e intensidade do treino são controlados e graduais. O ideal é que algum profissional, fisioterapeuta ou educador físico, acompanhe o treinamento para que, gradualmente, se possa aumentar o ritmo do atleta.
Em todas as fases é ideal que o fisioterapeuta ou pessoa responsável pelo tratamento do atleta, tenha o controle dos dados de força desde a primeira consulta. Pois assim, se saberá mês a mês a evolução da força do membro operado e saberá o momento certo para a alta do paciente.
Aliás, como saber o momento correto para liberar o retorno do atleta ao esporte após uma cirurgia de LCA?
Por mais que você fisioterapeuta, na sua experiência, já saiba que não há um critério único que vai te dizer quando é o momento certo de dar alta ao paciente, haverá uma junção de fatores que te farão chegar à conclusão do momento ideal.
Vale ressaltar que o fato do atleta se sentir em condições de retornar ao esporte, não deve ter peso maior do que os dados na sua tomada de decisão. Afinal, muitos estarão loucos para voltar após seis meses de operação, mas se realizar testes de força já se observa uma diferença significativa de força.
Portanto, se baseie pelos dados. Uma boa maneira de fazer isso é utilizando ferramentas para medição de força, como o dinamômetro isométrico.
Você já precisa ter na cabeça para onde o atleta voltará após receber alta. Ou seja, se ele for um jogador de futebol, o esporte exigirá muito dele, principalmente do joelho.
Então, é preciso que você se certifique de que o paciente cumpre com todos os requisitos necessários para voltar ao esporte, um deles é a força do membro operado em comparação ao não-operado.
Alguns requisitos que você pode avaliar para decidir se dá alta ou não, são:
Com sua experiência e com ajuda dos dados, você saberá definir o atleta está no momento certo para retornar ao esporte, de maneira que as chances de uma nova lesão de LCA surja.
A reabilitação para cirurgia de reconstrução do LCA evoluiu bastante nas últimas décadas, permitindo que os critérios clínicos sejam atingidos mais rápido.
A fisioterapia esportiva conta cada vez mais com ferramentas e tecnologias que auxiliam o profissional a ser efetivo na avaliação e recuperação de atletas lesionados.
A E-lastic é uma dessas ferramentas pensadas para o fisioterapeuta moderno que deseja abandonar a subjetividade na avaliação de força. Com um dinamômetro e um aplicativo de celular, o fisioterapeuta pode medir membros superiores e inferiores baseado em evidências em tempo real.
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